Um levantamento feito pelo Centro de Estudos de Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) apontou que profissionais negros representam apenas 1% dos advogados dos grandes escritórios.

Em entrevista à CNN Rádio, no CNN no Plural, o presidente da Comissão Permanente de Igualdade Racial da OAB-SP, Irapuã Santana, avaliou que “apesar de termos oferta de profissionais negros sendo capacitados nas universidades de ponta, o mercado continua não absorvendo esses profissionais.”

“A gente se preocupa com a forma que é feita essa seleção e qual é a barreira, além da capacitação, que existe para a população negra”, disse.

Irapuã contou que este é “um problema muito complexo”: “Tem uma série de coisas que vemos na OAB, como advogados ou advogadas negras terem que comprovar que são formados perante o juiz, que acaba não acreditando que a pessoa passou no exame da Ordem.”

“Muitos colegas tiveram que receber auxílio emergencial durante a pandemia porque não têm absorção pelo mercado e não conseguem fazer com que o capital gire”, completou.

Irapuã diz que o racismo no Brasil é “naturalizado”. “Ele construído sobre toda a sociedade brasileira desde a primeira vinda dos negros para cá, e aí você tem uma ideia dentro do inconsciente coletivo de que o negro vale menos.”

“Essa ideia precisa ser desconstruída, quando se coloca pessoas negras em espaço de representação você vai corroendo a ideia da subalternidade”.

Fonte: CNN Brasil